Nesta quarta-feira, uma matéria publicada no Portal Imirante causou repercussão nas redes sociais ao tratar das ameaças sofridas pela ex-candidata a vereadora de São Luís, Brenda Carvalho, relacionadas ao suposto esquema de fraude envolvendo o uso de cotas de gênero pelo partido Podemos. No entanto, em questão de minutos, a publicação desapareceu tanto do site quanto das redes sociais do portal, gerando questionamentos sobre os motivos por trás dessa retirada repentina.
Embora o link da matéria ainda apareça nos resultados do Google, ao clicar, o site exibe a mensagem de que “a página não foi encontrada”. Isso levantou suspeitas sobre quem teria ordenado a exclusão e se tal ação reflete o nível de autonomia do jornalismo conduzido pelo grupo Mirante.
Brenda Carvalho foi candidata a vereadora em 2020 pelo partido Podemos, recebendo R$ 300 mil do Fundo Partidário, mas obtendo apenas 18 votos. As suspeitas de irregularidade surgiram após investigações indicarem que sua candidatura teria sido utilizada para cumprir a cota de gênero exigida pela Justiça Eleitoral, com parte dos recursos destinados a ela sendo supostamente desviados para beneficiar outros candidatos do partido.
A polêmica aumentou após denúncias de que Brenda teria passado boa parte da campanha fora do estado, em cidades como Rio de Janeiro e Recife, sem realizar movimentações significativas que justificassem os valores recebidos. Com o caso ganhando atenção, Brenda denunciou no último dia 14 de novembro à Polícia Federal que estaria sofrendo ameaças relacionadas à sua recusa em assinar documentos que poderiam legitimar as movimentações suspeitas.
De acordo com a denúncia, as ameaças partiram de Dedé Macedo, pai do deputado federal Fábio Macedo e avô do vereador eleito Fábio Macedo Filho, ambos membros influentes no Podemos. As intimidações teriam se intensificado após a imprensa questionar a prestação de contas da campanha de Brenda, que inclui gastos como a confecção de 400 adesivos perfurados para carros, os quais levantaram suspeitas de terem sido usados para beneficiar outros candidatos.
RISCO DE CASSAÇÃO
Se as investigações confirmarem que o partido fraudou a cota de gênero, a Justiça Eleitoral poderá aplicar a Súmula 73 do TSE, que prevê a cassação de toda a chapa, incluindo os mandatos de vereadores eleitos como Wendell Martins, Raimundo Júnior e Fábio Macedo Filho.
SUSPEITA DE LAVAGEM DE DINHEIRO
Outro ponto crítico da denúncia envolve a empresa gráfica contratada por Brenda e outros candidatos do partido, de propriedade de Kleber Moreira, apontado como amigo pessoal da família Macedo. Há indícios de que a empresa teria sido utilizada para lavagem de dinheiro, registrando serviços fictícios com recursos do Fundo Eleitoral.
DESAPARECIMENTO DA MATÉRIA
A retirada da reportagem pelo Portal Imirante levanta dúvidas sobre possíveis pressões políticas ou acordos de bastidores para minimizar os danos à imagem dos envolvidos. A censura da publicação reforça o debate sobre a independência da mídia local, especialmente em casos que envolvem figuras poderosas como a família Macedo.
A pergunta que ecoa nas redes sociais é: quem ordenou a retirada da matéria? A supressão de informações relevantes em um caso de tamanha gravidade coloca em xeque o compromisso da imprensa com a transparência e a justiça.
O desfecho dessa novela envolvendo Brenda Carvalho, o Podemos e as possíveis fraudes com o Fundo Eleitoral ainda está longe de ser definido, mas, certamente, continuará chamando atenção pelo impacto que poderá ter no cenário político do Maranhão.