A recente substituição da deputada federal Detinha da liderança do PL Mulher no Maranhão, marcada pela crescente especulação sobre os motivos, é um exemplo claro de como a vitimização pode ser usada para fins políticos, mascarando problemas profundos em vez de solucioná-los. Detinha, esposa do deputado Josimar Maranhãozinho, está no centro da movimentação. Josimar, presidente do PL no estado, tem enfrentado uma sequência de polêmicas e denúncias de corrupção, o que certamente influencia a imagem pública de Detinha e suas funções no partido.
O anúncio da mudança foi feito em um vídeo com a presença de Michele Bolsonaro e Flávia Berthier, recentemente eleita vereadora de São Luís e agora nomeada como nova presidente do PL Mulher no estado. Michele Bolsonaro elogiou o trabalho de Detinha, mas apontou uma “necessidade de nova liderança”, sugerindo que a mudança é estratégica e visa alinhar o movimento feminino com novas demandas e renovação.
Entretanto, o que deveria ser visto como um ajuste natural, dado o cenário conturbado ao redor da liderança de Josimar, está sendo explorado por aliados da deputada para construir uma narrativa de vítima, desviando o foco das questões principais e buscando conquistar simpatia popular. Esse tipo de vitimização, longe de contribuir para o fortalecimento da transparência e da responsabilidade política, age apenas como um recurso conveniente para manter Detinha e sua base aliada como atores centrais na política estadual, mesmo quando a imagem do grupo está profundamente desgastada.
Lideranças políticas que manifestaram apoio à deputada parecem mais interessadas em defender seus próprios interesses e vínculos partidários do que em buscar soluções para as acusações que cercam a cúpula do PL no Maranhão. O uso da vitimização, em um momento em que o eleitorado exige mais transparência, sugere uma tentativa de manipular o sentimento público, posicionando Detinha como alvo de injustiça e não como parte de um partido que enfrenta graves questões de integridade.
A verdadeira renovação no cenário político maranhense exige mais do que troca de lideranças; requer transparência, responsabilização e compromisso com os eleitores. A vitimização, usada como ferramenta de distração, pode atrair apoio no curto prazo, mas dificilmente sustenta a confiança do eleitorado que busca mudanças reais e afastamento das práticas políticas duvidosas.