A população de Bacurituba vem enfrentando dificuldades para acessar atendimento médico no Hospital Municipal de São Bento, unidade responsável por receber pacientes da cidade vizinha. Segundo informações, a cidade de Bacurituba, que não possui hospital próprio devido ao seu porte, destina mensalmente R$ 73 mil para que os moradores sejam atendidos em São Bento, garantindo assim o acesso aos serviços de saúde.
Entretanto, relatos apontam que pacientes de Bacurituba estão sendo impedidos de receber atendimento, sob a justificativa de que devem estar acompanhados por um enfermeiro, conforme normas do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). O problema se agrava porque Bacurituba enfrenta dificuldades na manutenção de profissionais dessa área, tornando inviável o cumprimento dessa exigência. O bloqueio ao atendimento, segundo moradores, ocorre inclusive quando os pacientes chegam ao hospital por meios próprios, como veículos particulares.
Além da preocupação com a assistência médica, há um histórico de colaboração entre os dois municípios que merece ser levado em consideração. Durante os anos de 2021, 2022, 2023 e início de 2024, Bacurituba frequentemente cedeu suas duas ambulâncias para auxiliar São Bento, que à época enfrentava problemas com a frota. Esse espírito de cooperação agora contrasta com as barreiras enfrentadas pelos cidadãos bacuritubenses no momento em que mais precisam.
Moradores também levantam suspeitas de que essa situação possa ter motivações políticas. Há indícios de que a negativa de atendimento esteja ligada a uma disputa local, envolvendo um vereador de Bacurituba com influência sobre a gestão do hospital de São Bento. Esse vereador, segundo fontes, teria proximidade com o diretor da unidade, Américo, e poderia estar por trás dessa medida que prejudica diretamente a população bacuritubense.
Além dos relatos da população, existem imagens gravadas por pacientes com câmeras escondidas que mostram o diretor do hospital, Américo, afirmando que os moradores de Bacurituba não deveriam ser atendidos. Essas imagens reforçam a gravidade da situação e indicam que a negativa de atendimento pode não ser apenas uma questão burocrática, mas sim uma decisão consciente de impedir que os bacuritubenses tenham acesso aos serviços de saúde.
Essa prática fere diretamente os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), que se baseia na universalidade, equidade e integralidade. O SUS garante que todo cidadão brasileiro tenha direito ao atendimento de saúde, independentemente do local de residência. A exigência de um acompanhante enfermeiro como condição para o atendimento, além de não estar prevista nas diretrizes do SUS, impõe uma barreira que nega um direito fundamental aos moradores de Bacurituba.
Diante desse cenário, é fundamental que as autoridades competentes avaliem a situação e busquem garantir que os recursos destinados à saúde sejam efetivamente utilizados para atender a população, sem interferências políticas, assegurando o direito fundamental ao atendimento médico.
