BRANDÔMETRO
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Esse é o tempo que falta para o fim do governo Brandão
Egos, bonés e bonecos…
Enquanto Carlos Brandão insiste que só deixa o Palácio dos Leões se o próximo candidato não for seu vice, Felipe Camarão, o próprio vice-governador confidencia a amigos que preferiria apoiar Eduardo Braide, prefeito de São Luís, a continuar sob a sombra do atual governador. Uma briga de egos tão grande que desafia qualquer lógica política e transforma aliados em adversários no ritmo frenético da ambição.
Brandão, no entanto, parece viver em um mundo próprio, onde sua vitória é atribuída não ao peso político de Flávio Dino – que o instalou no Palácio e ofereceu a força de uma máquina pública robusta –, mas aos bonés distribuídos por seus irmãos em cada canto do Maranhão. É uma narrativa conveniente, mas pouco convincente.
Marcus Brandão, o irmão mais influente, tornou-se o verdadeiro maestro do governo. Seu poder transcende cargos e políticas públicas; é ele quem manda e desmanda, com a voracidade típica de quem não conhece limites. Sua esposa, Audréia Noleto, tem mais poder na Assembleia Legislativa do que a própria presidente, Iracema Vale, que se tornou uma figura decorativa, um fantoche político preso pelas cordas que Marcus puxa com maestria.
E, se Iracema é um fantoche, Orleans Brandão, o sobrinho do governador, parece mais um boneco de Olinda: desengonçado, carregado de um lado para o outro, sem rumo ou propósito claro. Orleans é a aposta para a sucessão estadual, mas até os aliados mais otimistas reconhecem que ele ainda é uma peça frágil em um tabuleiro movido pela força bruta da família.
No entanto, a grande pergunta paira no ar: será que os tão alardeados bonés do “Grupo Brandão” teriam alguma chance de garantir uma vitória se Carlos Brandão tivesse enfrentado a eleição sem os Leões, sem o prestígio e o apoio de Flávio Dino? A resposta parece óbvia, mas o governador prefere acreditar em suas próprias ilusões, enquanto o Maranhão observa, perplexo, esse espetáculo de vaidade e poder.
O Maranhão canta Beth Carvalho
No cenário político do Maranhão, onde a brisa de alianças históricas frequentemente se transforma em tempestades de rivalidades, um refrão de Beth Carvalho ressoa como um eco: “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão.” Talvez seja a trilha sonora mais apropriada para ilustrar a trama de lealdade, poder e rupturas que envolve Flávio Dino e Carlos Brandão.
Durante dois mandatos, Flávio Dino, então governador do Maranhão, contou com Carlos Brandão como seu fiel escudeiro, vice de todas as horas. Quando chegou a hora de sucedê-lo, Dino apostou suas fichas em Brandão, mesmo enfrentando resistência de aliados como Weverton Rocha, que rompeu e disputou contra a dupla Dino-Brandão. Apesar das turbulências, Dino manteve sua palavra, garantiu a vitória de Brandão e retirou-se da política para ingressar no Supremo Tribunal Federal, deixando uma estratégia cuidadosamente desenhada para o futuro.
O plano era claro: após Brandão, seria a vez de Felipe Camarão, vice-governador, herdar o projeto político. A lógica parecia incontestável, um desdobramento natural de um pacto político firmado sob a bandeira da continuidade. Mas, como na política nem tudo segue o roteiro, o enredo tomou um desvio inesperado.
Brandão, uma vez empossado, começou a traçar sua própria trilha. Movido talvez por um pragmatismo político ou por ambições mais pessoais, o governador se afastou do script de Dino, aproximando-se de figuras historicamente adversárias, como o clã Sarney e partidos de direita. Para muitos, essa mudança de rumo soou como um golpe de traição. Não bastasse, Brandão foi além: consolidou seu domínio na Assembleia Legislativa ao apoiar Iracema Vale para a presidência, em detrimento de Othelino Neto, um dos mais leais aliados de Dino.
Nesse teatro de disputas, não apenas aliados de Dino foram marginalizados, mas a política de Brandão foi marcada por uma série de controvérsias. Nomeações de familiares, a exemplo de Marcus Brandão e Daniel Brandão, reforçaram a percepção de favorecimento pessoal. Blogueiros financiados pelo governo estadual e pela Assembleia passaram a atacar os aliados de Dino, enquanto protegiam Brandão sob uma aura de “novo líder incontestável”. Mas será que a história contada por eles reflete a verdade?
Entre os bastidores e os holofotes, Felipe Camarão, o vice-governador, ainda espera que Brandão honre o modelo “Dino-Brandão”, renuncie ao governo em 2026 para disputar o Senado e o apoie como sucessor. No entanto, os sinais vindos do Palácio dos Leões indicam que Brandão tem outros planos, com Orleans Brandão, seu sobrinho, sendo cogitado como um possível sucessor. Felipe, apesar de sua postura diplomática, começa a perceber que pode não estar mais na lista de prioridades de Brandão.
Por outro lado, Flávio Dino, hoje no STF, observa de longe o cenário que ajudou a construir desmoronar. Enquanto aliados como Othelino Neto resistem bravamente, Dino viu sua estratégia cuidadosamente articulada ser desfeita por aquele que ele confiou como herdeiro político. O afastamento entre os dois chegou ao ponto de Dino não convidar Brandão para seu casamento, em um gesto que simboliza o rompimento definitivo.
E, então, fica a pergunta: quem realmente traiu quem? Brandão, que desviou o caminho ao qual havia se comprometido, ou Dino, que, segundo os blogueiros alinhados ao governo, “não soube compartilhar o poder”? Na política, as linhas entre lealdade e traição são frequentemente tênues, mas, para muitos, a figura que hoje ocupa o Palácio dos Leões encarna o papel daquele que “pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão.”
Enquanto a voz de Beth Carvalho embala o enredo, o Maranhão assiste a esse drama político que mistura alianças desfeitas, interesses familiares e uma pitada de ironia. A história ainda está sendo escrita, mas uma coisa é certa: no grande palco da política maranhense, a próxima cena promete ser tão intrigante quanto as anteriores.
Regimento da Assembleia: Othelino defende clareza sobre critérios de desempate
O deputado estadual Othelino Neto (SDD) afirmou, durante entrevista ao programa Tá Na Hora Maranhão, que já existe jurisprudência no Brasil para o critério de desempate em disputas por cargos majoritários, como ocorre no Judiciário, tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele destacou que essa base jurídica embasa a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) apresentada, que defende a eleição do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão com base no critério de maior número de mandatos. O parlamentar considera legítima a contestação feita pelo partido Solidariedade e entende como natural que outras siglas também se manifestem.
Othelino ressaltou que, no Senado Federal, nunca houve necessidade de adotar critérios de desempate, pois situações semelhantes não ocorreram. No entanto, ele observa que o regimento interno da Assembleia do Maranhão, inspirado na Câmara dos Deputados, diverge nesse ponto, gerando diferentes interpretações.
De acordo com o deputado, adversários têm distorcido o que o regimento do Senado estabelece sobre possíveis empates na eleição da mesa diretora. Ele esclareceu que o regimento da Casa é omisso quanto ao critério de desempate, estipulando apenas que a votação deve ser repetida até que um dos candidatos alcance maioria. Othelino destacou ainda que a regra aplicada às comissões não se estende automaticamente à eleição da mesa diretora, como alguns sugerem.
Durante a entrevista, o parlamentar também comentou sobre seu encontro com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD). Ele afirmou que conversas entre políticos são naturais e que tem buscado dialogar com lideranças que compartilhem de sua visão sobre a atual gestão do governador Carlos Brandão, classificada por ele como “péssima”.
Paulo Victor se torna réu por corrupção passiva, mas mantém cargo na Câmara de São Luís
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Maranhão aceitou denúncia da Procuradoria-Geral de Justiça contra o presidente da Câmara de São Luís, Paulo Victor (PSB), por corrupção passiva envolvendo o promotor Zanony Passos. A denúncia aponta que o vereador teria usado cargos na Câmara para beneficiar pessoas ligadas ao promotor em troca do arquivamento de investigações sobre desvios de emendas parlamentares. Apesar disso, o Tribunal decidiu não afastar Paulo Victor do cargo.
A relatora, Sônia Amaral, e outros 14 desembargadores entenderam que não havia risco de interferência na investigação. Três desembargadores se abstiveram e dois se declararam suspeitos. Com a decisão, Paulo Victor se torna réu e enfrentará ação penal. Ele foi reeleito com apoio de aliados importantes, mas a acusação pode fragilizar sua posição.
Já o promotor Zanony Passos foi afastado preventivamente e proibido de exercer funções públicas ou usar prerrogativas do cargo. A corrupção passiva é punida no Brasil com pena de 2 a 12 anos de prisão, além de multa.
Crime Brutal em Central do Maranhão: O que está sendo feito pelas vítimas do Eneide Circus?
O caso da artista circense violentada sexualmente em Central do Maranhão, em frente à sua própria família, chocou o estado e mobilizou uma onda de indignação nas redes sociais. Notas de solidariedade, cobranças por justiça e manifestações de revolta se multiplicam na Internet. Contudo, surge um questionamento crucial: o que está sendo efetivamente feito pelas autoridades para amparar a vítima e os demais integrantes do Eneide Circus, que tiveram suas vidas devastadas pelo ocorrido?
A jovem, que sustentava sua filha por meio do trabalho artístico no circo, está sem renda desde o crime, já que as atividades do grupo estão suspensas. Além dela, todos os integrantes da trupe enfrentam dificuldades econômicas e emocionais, agravadas pela brutalidade do ato que presenciaram. Apesar da repercussão do caso, ainda não se sabe se a vítima permanece no local onde tudo aconteceu — um cenário que só intensifica o trauma — ou se está recebendo a assistência necessária.
Onde estão as autoridades?
Até o momento, o caso gerou muitas notas de repúdio e discursos de cobrança nas redes sociais. No entanto, a ausência de uma visita presencial por parte de deputados, secretários e até mesmo do governador à vítima e às famílias do circo levanta uma questão preocupante: será que o apoio está ficando restrito às declarações públicas? Uma presença ativa poderia fazer toda a diferença, não só para a artista e sua família, mas para mostrar um compromisso genuíno com a justiça e a recuperação das vítimas.
E o suporte psicológico e financeiro?
Além do impacto emocional devastador, há uma crise financeira iminente. Com o circo parado, a sobrevivência de todos os envolvidos está em risco. São pais, mães e crianças que dependem diretamente dessa atividade para se alimentar e manter um teto sobre suas cabeças. Nesse sentido, é urgente que o poder público atue com medidas concretas, como auxílio emergencial, suporte psicológico e segurança para a família.
A população clama por justiça, mas a justiça não se resume à prisão dos culpados. Ela deve incluir também a reparação emocional e financeira da vítima e de sua comunidade. Enquanto as vozes se levantam nas redes sociais, as ações concretas precisam acontecer no mundo real. Que as palavras de solidariedade se transformem em gestos de humanidade e acolhimento. O povo de Central do Maranhão e do Brasil espera mais do que apenas discursos. Espera ação.
Portal Imirante apaga matéria sobre ameaças à ex-candidata Brenda Carvalho
Nesta quarta-feira, uma matéria publicada no Portal Imirante causou repercussão nas redes sociais ao tratar das ameaças sofridas pela ex-candidata a vereadora de São Luís, Brenda Carvalho, relacionadas ao suposto esquema de fraude envolvendo o uso de cotas de gênero pelo partido Podemos. No entanto, em questão de minutos, a publicação desapareceu tanto do site quanto das redes sociais do portal, gerando questionamentos sobre os motivos por trás dessa retirada repentina.
Embora o link da matéria ainda apareça nos resultados do Google, ao clicar, o site exibe a mensagem de que “a página não foi encontrada”. Isso levantou suspeitas sobre quem teria ordenado a exclusão e se tal ação reflete o nível de autonomia do jornalismo conduzido pelo grupo Mirante.
Brenda Carvalho foi candidata a vereadora em 2020 pelo partido Podemos, recebendo R$ 300 mil do Fundo Partidário, mas obtendo apenas 18 votos. As suspeitas de irregularidade surgiram após investigações indicarem que sua candidatura teria sido utilizada para cumprir a cota de gênero exigida pela Justiça Eleitoral, com parte dos recursos destinados a ela sendo supostamente desviados para beneficiar outros candidatos do partido.
A polêmica aumentou após denúncias de que Brenda teria passado boa parte da campanha fora do estado, em cidades como Rio de Janeiro e Recife, sem realizar movimentações significativas que justificassem os valores recebidos. Com o caso ganhando atenção, Brenda denunciou no último dia 14 de novembro à Polícia Federal que estaria sofrendo ameaças relacionadas à sua recusa em assinar documentos que poderiam legitimar as movimentações suspeitas.
De acordo com a denúncia, as ameaças partiram de Dedé Macedo, pai do deputado federal Fábio Macedo e avô do vereador eleito Fábio Macedo Filho, ambos membros influentes no Podemos. As intimidações teriam se intensificado após a imprensa questionar a prestação de contas da campanha de Brenda, que inclui gastos como a confecção de 400 adesivos perfurados para carros, os quais levantaram suspeitas de terem sido usados para beneficiar outros candidatos.
RISCO DE CASSAÇÃO
Se as investigações confirmarem que o partido fraudou a cota de gênero, a Justiça Eleitoral poderá aplicar a Súmula 73 do TSE, que prevê a cassação de toda a chapa, incluindo os mandatos de vereadores eleitos como Wendell Martins, Raimundo Júnior e Fábio Macedo Filho.
SUSPEITA DE LAVAGEM DE DINHEIRO
Outro ponto crítico da denúncia envolve a empresa gráfica contratada por Brenda e outros candidatos do partido, de propriedade de Kleber Moreira, apontado como amigo pessoal da família Macedo. Há indícios de que a empresa teria sido utilizada para lavagem de dinheiro, registrando serviços fictícios com recursos do Fundo Eleitoral.
DESAPARECIMENTO DA MATÉRIA
A retirada da reportagem pelo Portal Imirante levanta dúvidas sobre possíveis pressões políticas ou acordos de bastidores para minimizar os danos à imagem dos envolvidos. A censura da publicação reforça o debate sobre a independência da mídia local, especialmente em casos que envolvem figuras poderosas como a família Macedo.
A pergunta que ecoa nas redes sociais é: quem ordenou a retirada da matéria? A supressão de informações relevantes em um caso de tamanha gravidade coloca em xeque o compromisso da imprensa com a transparência e a justiça.
O desfecho dessa novela envolvendo Brenda Carvalho, o Podemos e as possíveis fraudes com o Fundo Eleitoral ainda está longe de ser definido, mas, certamente, continuará chamando atenção pelo impacto que poderá ter no cenário político do Maranhão.